Narcisistas, Macacos Voadores e a Armadilha do Falso Arrependimento

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Nos grupos de vítimas de narcisistas, é comum ver relatos de pessoas que decidiram se afastar do abusador, mas que continuam sendo assombradas pelas táticas manipulativas dele. Entre essas táticas, uma das mais comuns é o uso dos chamados macacos voadores. Os macacos voadores são pessoas que, consciente ou inconscientemente, servem de instrumentos para o narcisista continuar exercendo controle sobre a vítima. São parentes, amigos ou até conhecidos que aparecem do nada com mensagens carregadas de culpa: "Ela sente sua falta!", "Ela só quer conversar!", "Ela está doente, e você não vai nem ligar para saber como ela está?". Muitas vezes, os macacos voadores nem percebem que estão sendo usados; acreditam genuinamente na versão da história contada pelo narcisista e tentam convencer a vítima a reabrir a porta para o ciclo de abuso. Mas o que acontece quando a vítima se recusa a ceder? O narcisista, ao perceber que a manipulação direta não está funcionando, se la...

Juiz é afastado por suspeita de corrupção e venda de sentenças: uma análise jurídico-social sobre a crise no Poder Judiciário

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou recentemente o afastamento de um magistrado suspeito de envolvimento em esquemas de corrupção e venda de sentenças judiciais. O caso, amplamente repercutido na mídia, reacende o debate sobre a fragilidade ética de setores do Poder Judiciário e os desafios enfrentados pelo sistema de Justiça no Brasil.

A decisão do CNJ, tomada após uma investigação preliminar, aponta indícios de que o juiz, lotado em uma comarca de relevância estratégica, teria utilizado sua função pública para negociar decisões judiciais em troca de vantagens financeiras. Ainda que as apurações estejam em curso, a gravidade das acusações traz à tona questões estruturais que transcendem o caso concreto.


A judicialização da corrupção: um problema institucional


A denúncia de venda de sentenças não apenas abala a credibilidade do sistema de Justiça, mas também expõe as consequências de um modelo jurídico que, em tese, deveria primar pela imparcialidade e pelo interesse público. Em uma sociedade marcada pela judicialização de questões políticas e econômicas, a suspeita de corrupção em instâncias judiciais revela um paradoxo: o órgão que deveria zelar pela legalidade e pela proteção dos direitos fundamentais pode se tornar, ele próprio, um instrumento de opressão e desigualdade.

A confiança no Judiciário é um pilar essencial para a consolidação do Estado Democrático de Direito. Quando essa confiança é abalada, sobretudo por práticas criminosas envolvendo os próprios julgadores, o impacto é sentido em toda a sociedade. Decisões judiciais passam a ser questionadas, e o acesso à Justiça é comprometido, especialmente para aqueles que dependem de uma atuação séria e independente do magistrado.


O papel do CNJ e os limites institucionais


Embora o afastamento do magistrado pelo CNJ demonstre que existem mecanismos de controle interno, é preciso questionar se essas medidas são suficientes para conter a corrupção sistêmica. Afinal, o afastamento preventivo não resolve as causas subjacentes do problema, como a falta de transparência no processo de escolha e promoção de juízes, bem como a ausência de fiscalização contínua das condutas judiciais.

Mais do que punir desvios individuais, é necessário repensar o arcabouço institucional que permite que tais práticas floresçam. Políticas de prevenção e maior participação da sociedade civil no controle da magistratura poderiam contribuir para minimizar os riscos de novas denúncias e fortalecer a legitimidade das decisões judiciais.


Conclusão: por uma Justiça íntegra e transparente


O afastamento do juiz sob suspeita de corrupção não é apenas uma questão disciplinar, mas um alerta sobre a importância de resgatar a integridade do Judiciário. Sem medidas concretas e eficazes para combater práticas ilícitas, corremos o risco de perpetuar um sistema que favorece os interesses privados em detrimento da justiça social.

Assim, o caso em questão deve servir como ponto de partida para um debate mais amplo sobre as reformas necessárias no Judiciário, assegurando que ele possa cumprir sua missão constitucional de garantir direitos e promover a equidade. Afinal, como bem preconiza a Constituição, a Justiça deve ser imparcial e acessível a todos, e não um privilégio daqueles que podem pagar por ela.

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